Publicado originalmente no LinkedIN em 21 de julho de 2016.

Existe um comportamento comum entre todas as partes do cenário cultural que sempre indica um segundo semestre bem mais movimentado, tanto para quem já está com seu projeto desenvolvido, como para aqueles que começam a planejar uma nova jornada.

Essa maior movimentação pode ser explicada, em parte, pelo fato de que muitas empresas patrocinadoras, ao definir os seus investimentos via Lei Rouanet, escolheram realizar os seus patrocínios no final do ano. Dessa forma, seus processos de seleção naturalmente ocupam o segundo semestre e, por isso, diversas propostas e reuniões começam a ser definidas já a partir de julho. Outra consequência desse mesmo movimento são as estreias ou lançamentos que também marcam presença nesta época do ano. Isso também tem influência dos investimentos realizados no final do ano, pois, se os recursos voltados para produção começam a ser distribuídos em dezembro, é de se esperar que as produções ocorram na primeira metade do ano e, assim, cheguem ao público – em especial a partir de setembro.

Na contramão desse cálculo estão o financiamento público e os festivais que puxam os processos para o primeiro semestre. Embora sejam fontes fundamentais de produção e difusão cultural, o investimento estatal e os festivais apresentam uma tendência complementar, onde projetos que já estão em andamento possam viabilizar ou suplementar sua ação, ganhando assim maior visibilidade e fôlego para a produção. Embora as atividades ocorram no primeiro semestre, seus resultados também contribuem em boa parte na movimentação do segundo semestre.

Mas como saber qual é a melhor data para começar um projeto?

O projeto pode iniciar a qualquer momento pois, indiferente ao processo de construção, o público que consome cultura tende a consumir ao longo de todo o ano. Muitas vezes momentos de baixa temporada, como férias ou carnaval, são piores para um lançamento, uma vez que sua agenda concorre com outros eventos. Ao mesmo tempo existem diversos casos em que tais datas serviram como diferencial, uma alternativa para os que buscam pelo contato com a arte.

O que vale nessa reflexão é conhecer os movimentos do mercado cultural, isto é, entender como se favorecer de boas oportunidades e ao mesmo tempo colocar energia em processos que realmente estejam alinhados ao momento e ao perfil do seu projeto, levando em consideração as peculiaridades de cada local e cada movimento cultural. Quando se compreende essas peculiaridades, alinhadas com os objetivos do projeto e com consciência do público que se pretende atingir, basta fazer de hoje o seu primeiro de janeiro e começar a produzir.

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